Cineastas revelam dificuldades para produzir filmes no Acre

Produzir filmes no Acre nunca foi fácil. Desde o início, nos anos 70, até hoje, a principal dificuldade é financeira

Entrevistas

Os desafios e vitórias de trabalhar com o cinema no Acre

Trechos de filmes

Trechos de clássicos como "Rosinha, a rainha do sertão" e "A luta em busca do amor", até as produções acreanas mais recentes como "A rota é por aqui" e "Fogão de Lenha"

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Festivais divulgam o cinema acreano pelo país


Mesmo com as dificuldades, os filmes acreanos foram exibidos em vários festivais realizados em diversas partes do Brasil. Adalberto Queiroz, como diretor do Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreanos (Ecaja), foi ao XI Festival do Cinema Brasileiro, em Brasília no ano de 1978.

Segundo o cineasta, em Brasília muitos curiosos se reuniram para conhecer o cinema Acreano e após a exibição do filme, chegaram a dizer que não faziam ideia do que era produzido no estado, e que estavam impressionados com o nível de produção dos filmes. Um ano depois foram convidados novamente pela Fundação Cultural do Distrito Federal para participarem de um festival.

"Nos sentimos artistas, a imprensa em cima, no rádio, jornais e televisão. As pessoas me procuravam para pedir autógrafos. A recepção do público com o cinema acreano foi um sucesso", lembra Adalberto.

Em 1979, participaram do VII Festival do Filme Super-8. Depois de Brasília, foram convidados para exibir seus filmes em festivais no Rio de Janeiro, Bahia, Santarém, Fortaleza, Porto Velho e São Paulo, onde surgiu a proposta de mostrar o cinema acreano no Canadá, e todo trabalho desenvolvido pelo Ecaja em um festival internacional de cinema. Entretanto o grupo não tinha recursos para a viagem.

"Pegaram todo o material que tinhamos para fazer a divulgação, mas eu não tinha dinheiro. Queriam que eu pagasse a minha passagem ida e volta, o resto era por conta deles, mas na época eu era só um garoto tentando terminar o ensino médio", lembra o cineasta.



'Fracassou meu casamento', foi apreendido pela Policia Federal, na época por não ter registro de censura. Porém seu sucesso em festivais e escolas por onde passava, proporcionou aos cineastas do Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreanos (Ecaja), mais visibilidade do trabalho que desenvolviam.

"O trabalho que fizemos de 1972 até aqui, tem ajudado a divulgar o cinema acreano no mundo. Aqui no estado ajudou a fazer com que as autoridades pensem melhor a cultura, além de proliferar o surgimento de novos talentos, novos trabalhos e organização de grupos artísticos", conclui Adalberto Queiroz.

Este ano, em comemoração aos 40 anos do cinema acreano, aconteceu o X Festival Acreano de Vídeo, com exposições de fotografia sobre os estágios do cinema no estado, além de mostra de vídeos feitos por vários produtores independentes. Também foi realizado na TV Aldeia, o Festival Asacine, de 19 à 25 de março, com produções selecionadas por Adalberto Queiroz. Os filmes 'Rosinha, a rainha do sertão', 'Marcas', 'Coisas da Vida', 'Menina mãe' fizeram parte da programação.